05 julho, 2010

Dunga e o time de anões



Antes da Copa começar lancei uma previsão. Meu lado Mãe Diná, que droga, estava certo. Os meninos do Brasil pisaram na Jabulani. Mas não dá para criticar a coitada da pelota. Não foram poucos os que se deram muito bem com ela. Então o que aconteceu com nosso time, ou com o time do Dunga? Bom, já tinha previsto que a coisa iria começar meia boca. E que depois de uma boa apresentação até quem estivesse como eu, barbinha de molho, se animaria com uma bela apresentação. Mas ela não veio. Sofremos na primeira fase com a falta de criatividade do nosso ataque. Contra times retranqueiros - e a maioria é - nos mostramos incompetentes. Ficamos torcendo pelo lampejo de talento de jogadores que não estavam na sua melhor fase. Ficamos dependendo da fragilidade de nossos adversários. Nosso banco sem opção. Nosso técnico sem paciência, sem educação. Comemoramos a vitória contra o Chile, como se eles fossem o bicho papão. Eles abriram as pernas e estávamos diante da Holanda. Aí, depois de um primeiro tempo digno do futebol que se espera da seleção do Brasil, não apenas do time do Dunga, o chão se abriu na falha do melhor goleiro do mundo. O time encolheu. Um time todo de Dungas. Jogadores descontrolados. Como se tomar um gol fosse o fim. Era o começo da nossa derrota. Mas esse descontrole já estava patente no primeiro tempo. Um técnico ensandecido esmurrando, xingando. E estávamos ganhando! Robinho abria uma boca maior que o mundo, querendo engolir o juiz, ao invés de jogar apenas o bom futebol que enfim jogava. Foi esse mesmo Robinho, o Fabuloso e companhia, que antes do jogo contra o Chile fizeram declarações nada modestas. A despedida da nossa seleção estava anunciada mais uma vez. Disseram os nossos craques em falar pelo cotovelo que os adversários tremem diante da camisa amarelinha, que viram o rosto, que desviam o olhar no túnel. Triste conclusão: de novo a soberba nos tirou do páreo no momento em que começamos a jogar de verdade. Nos encolhemos diante da primeira adversidade porque nos julgamos maiores do que somos realmente. E, principalmente, pelo péssimo hábito de nos julgarmos maiores do que nossos adversários. Esquecidos de que a real grandeza se conquista a todo o momento, superando a dificuldade presente. Não é uma camisa que nos dá a grandeza, seja ela amarela ou não. É o modo como a dignificamos. Sem essa compreensão quem tremeu foi um time todo. Não no túnel, mas diante do mundo. Nem a camisa azul nos impediu de amarelar diante dos Laranjas. Mais uma lição. Perder é parte do futebol, é parte da vida. Então percamos também, de uma vez por todas, a empáfia que nos apequena e que tantas derrotas nos dá.

Crônica de Rudney Prado.

Um comentário:

Sacola de Coisas disse...

Só tem uma coisa que não concordo da crônica. A FALHA DO JÚLIO CESAR, na verdade foi a trapalhada do "saco de batatas podre" do FELIPE MELO. O resto está de parabéns.